Em Curitiba, os procuradores poderão atuar na operação até 1º de outubro de 2021
O procurador-geral da República, Augusto Aras, autorizou a prorrogação da atuação das forças-tarefas da Lava Jato no Paraná e no Rio de Janeiro. As portarias já foram assinadas e devem ser publicadas nesta segunda-feira (7).
Em Curitiba, os procuradores poderão atuar na operação até 1º de outubro de 2021. O prazo inicial se encerraria em janeiro de 2021. Neste caso, o grupo também será expandido, dos atuais 13 para 19 procuradores, com a integração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), criado há quatro meses, e que passa a auxiliar no trabalho.
Já no Rio, o prazo de atuação da Lava Jato, que acabaria nesta terça-feira (8), foi prorrogado até 31 de janeiro de 2021. Fazem parte da força-tarefa dez procuradores e um procurador-regional da República, além do coordenador, Eduardo El Hage.
Segundo divulgou a PGR (Procuradoria-Geral da República), no caso fluminense ainda deverão "ser sanadas algumas incorreções de ordem burocrática", como a prorrogação do trabalho do procurador-regional, que depende de autorização do Conselho Superior do Ministério Público Federal. A ideia, de acordo com o órgão, também é de que uma unidade do Gaeco passe a auxiliar o grupo.
Como a Folha mostrou em outubro, a possibilidade de encerramento da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba em janeiro, como previsto pela PGR, lançava incertezas sobre o futuro de uma série de investigações ainda em andamento e mobilizou procuradores da equipe a agir pela continuidade da operação.
O grupo paranaense trabalha na Lava Jato desde o seu início, em 2014. Havia receio de que uma ruptura logo no começo de 2021 prejudicasse o trabalho que tem sido desenvolvido no Paraná, com estimadas 300 investigações em aberto.
Segundo a PGR, na resposta aos pedidos de prorrogação dos trabalhos em ambos os estados, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, adotou critérios semelhantes "aos já externados e implementados" em relação a outras forças-tarefas, como as de São Paulo e do Distrito Federal.
O grupo paulista responsável pela investigação foi encerrado em setembro, com a saída dos últimos quatro procuradores que faziam parte da força-tarefa, criada em 2017. A partir de então, as ações ficaram sob responsabilidade da procuradora da República Viviane de Oliveira Martinez.
Ainda segundo a PGR, Medeiros repetiu a preocupação sobre o que chamou de "situação precária" para a escolha de membros que colaboram com o caso. Ele sugeriu a criação de novos "ofícios" para atuar de forma permanente ou transitória nas unidades, além da contribuição dos Gaecos. De acordo com a PGR, a proposta está sob análise do Conselho Superior do MPF.