Líder de organização criminosa gaúcha, ligada à facção Bala na Cara, é considerado foragido após ter prisão preventiva decretada
A Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (Derf) concluiu uma investigação que desarticulou uma organização criminosa gaúcha responsável por aplicar o chamado “golpe dos nudes” em vítimas de Campo Grande. O esquema fraudulento causou prejuízos superiores a R$ 5 milhões.
Segundo a polícia, os criminosos criavam perfis falsos em redes sociais, geralmente com fotos de mulheres jovens, entre 16 e 25 anos, para atrair principalmente homens de meia-idade ou idosos, alguns casados. As contas falsas simulavam perfis reais, com amigos em comum e postagens diversas, o que aumentava a credibilidade.
Após conversas e troca de fotos íntimas, os golpistas iniciavam a fase de extorsão. Um suposto “familiar” da jovem entrava em contato alegando que ela era menor de idade e exigia dinheiro como reparação emocional. Em seguida, outro integrante do grupo se passava por delegado de polícia, reforçando a ameaça de prisão e exposição pública por pedofilia, caso a vítima não realizasse transferências bancárias.
Durante as investigações, a polícia identificou que as contas bancárias utilizadas pelos criminosos pertenciam a pessoas ligadas a presidiários do Rio Grande do Sul. Embora a maioria das vítimas fosse formada por homens de alto poder aquisitivo, pessoas de diferentes classes sociais também foram alvo do golpe.
As apurações resultaram na identificação de Eric Basso da Silva, conhecido como “Chapolin”, apontado como líder da quadrilha. Ele teve prisão preventiva decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul, mas permanece foragido. Basso já responde por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, além de ter passagem por presídios gaúchos, onde manteve contato com outros suspeitos.
Além de comandar o esquema e receber valores, Basso teria contratado um detetive particular para monitorar uma das vítimas e seus familiares, enviando fotos da rotina deles para intensificar as ameaças.
No total, 15 pessoas foram indiciadas por extorsão e por integrar organização criminosa. A investigação também apontou indícios de ligação dos suspeitos com a facção criminosa “Bala na Cara” (BNC), considerada uma das mais violentas do Rio Grande do Sul.
Os inquéritos já foram remetidos ao Poder Judiciário, cabendo agora ao Ministério Público decidir sobre o oferecimento da denúncia contra os investigados. As diligências contaram com apoio do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Informáticos (Dercc) e da Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Rio Grande do Sul.