APolícia Civil de Mogi das Cruzes (SP) descobriu um esquema ilícito que movimentou R$ 8 bilhões por meio de um banco e 19 empresas. A investigação mostra que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usava esses recursos para financiar campanhas eleitorais em várias cidades de São Paulo, informou o portal UOL, nesta terça-feira, 3.
A instituição financeira 4TBank, com sede em Mogi das Cruzes, operava como uma fintech para lavar dinheiro e apoiar candidaturas. A polícia afirmou que o banco, criado pelo PCC, beneficiou candidatos em Mogi das Cruzes, Ubatuba e Santo André.
O 4TBank, em suas redes sociais, se apresenta como um banco digital que oferece serviços como pagamento de contas, transferências on-line, recarga de celular e negociação de criptoativos.
Com CNPJ ativo há cinco anos, o 4TBank operava também com outros dois CNPJs: um em um escritório compartilhado na zona sul de São Paulo e outro em um prédio comercial em Palmas, no Tocantins.
Nos últimos cinco anos, a unidade de Mogi das Cruzes movimentou R$ 600 milhões. Quase R$ 100 milhões foram em saques e dinheiro em espécie. O delegado Fabrício Intelizano informou que o banco atuava sem autorização do Banco Central e que os responsáveis estão presos, com contas bloqueadas.
A operação identificou 32 pessoas investigadas, das quais seis estão diretamente ligadas ao banco do PCC. Outras são associadas ao tráfico de drogas, incluindo esposas de presos e integrantes da facção. O banco administrava dez empresas e seis indivíduos investigados.
A investigação começou em junho de 2023, quando a polícia acessou o celular de Fabiana Lopes Manzini, esposa de Anderson Manzini, um integrante antigo do PCC. Ele está preso desde 2002.
Fabiana, considerada integrante do PCC, estava à frente dos negócios. Conversas interceptadas entre Fabiana e João Gabriel de Mello Yamawaki, primo de Anderson, revelaram orientações sobre candidatos políticos a serem beneficiados financeiramente.
As mensagens mostraram que Yamawaki indicava candidatos ligados ao PCC em cidades como São José do Rio Preto, Campinas e Baixada Santista. Ele, integrante do núcleo financeiro da facção, apelidado de "Câmbio", buscava aumentar os lucros do 4TBank e eleger vereadores em São Paulo.
Anderson Manzini, considerado o elo central do esquema, deve prestar depoimento nos próximos dias.
Fonte: Revista Oeste