Os dirigentes vão definir se o torneio vai para outro Estado ou se o melhor será aguardar o fim da fase emergencial
Ofuturo do Campeonato Paulista terá um novo capítulo a partir das 10 horas desta segunda-feira. Os clubes e os comandantes da Federação Paulista de Futebol (FPF) fazem outro encontro virtual para discutir o que pode ser feito enquanto o Estado de São Paulo inteiro estiver com atividades esportivas suspensas, como está até o próximo dia 30. Os dirigentes vão definir se o torneio vai para outro Estado ou se o melhor será aguardar o fim da fase emergencial.
Entre os 16 clubes participantes, existe o consenso de que o Estadual tem de ser cumprido e, se possível, encerrado na data prevista, em 23 de maio, para não coincidir datas com o Campeonato Brasileiro. As equipes aceitam jogar em outros Estados, porém a ideia enfrenta obstáculos. Os custos e a recusa de governadores pesam contra. Neste caso também não estão levando em conta o risco da contaminação da covid-19 com deslocamentos e hotéis, além de alimentação fora de casa.
Outra prioridade é definir o que será feito com a próxima rodada, marcada para esta quarta-feira. Oito jogos estão agendados. A rodada do final de semana teve a sua suspensão confirmada na última quinta. A FPF e os clubes concordaram em não realizar as partidas previstas por causa da falta de tempo em achar uma sede.
Mesmo se a ideia de levar jogos para fora de São Paulo for levada adiante, as opções são escassas. O Rio de Janeiro foi sondado como primeira alternativa, porém o governo estadual não quis autorizar. A Federação Paulista chegou a marcar o jogo entre São Bento e Palmeiras em Belo Horizonte. A proposta durou só até o governo mineiro vetar. A pandemia vive situação delicada no País e outros Estaduais estão suspensos.
Os clubes têm mantido a rotina de treinos. O cancelamento do Paulistão está descartado, mas a possibilidade ainda remota de a competição ser suspensa por tempo indeterminado assusta alguns dirigentes. Os times do interior deixariam de receber metade dos R$ 4 milhões previstos pela cota de participação. Caso seja necessário jogar em outro Estado, a FPF terá de custear despesas com passagens, hotéis, alimentação e aluguel de estádio.
"Jogador nenhum gosta de ficar parado. Ter o Paulista para jogar é uma vitrine, uma maneira de aparecer e arrumar outro time pelo resto do ano", disse o presidente do Santo André, Sidney Riquetto.
A FPF propôs aos clubes a possibilidade de levar a paralisação à Justiça. O tema foi discutido na última quinta-feira. Após uma primeira rodada em que os clubes se dividiram sobre o assunto, por 9 a 7, ficou definido que a disputa não seria levado à Justiça. A Ferroviária foi quem desempatou - a discussão pode ter nesta segunda uma nova rodada de opiniões.
O argumento da FPF para seguir com o Estadual é a aplicação de cuidados. Testes, elencos concentrados para evitar contatos externos e jogos sem torcida estão entre as justificativas. Manter elencos confinados em bolhas também. Mas nada disso convenceu o governo do Estado de São Paulo e o Ministério Público (MP) de mudarem de ideia.
O presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, disse ao Estadão que pretende até colocar regras mais duras a jogadores que não obedecerem o isolamento. "Estamos estudando a possibilidade de punição dos profissionais que não seguirem essas normas que são cruciais". A covid-19 tem causado desfalques. O Corinthians teve casos recentes e a Ponte Preta sofre um surto, com 32 infectados no clube.
Estadão Conteúdo