Representantes de entidades levaram ao presidente Francisco Cezário nota de repúdio contra o ataque sofrido pelo árbitro Rosalino Sanca
Os dois casos de injúria racial registrados em jogos do Campeonato Sul-Mato-Grossense nas últimas semanas foram pauta da reunião, nesta segunda-feira (18), entre a cúpula da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) e representantes de entidades que lutam contra o preconceito racial. Em conjunto, serão realizadas ações de conscientização contra o racismo em jogos do Estadual e competições de base.
O presidente Francisco Cezário e o vice, Marco Tavares, receberam, na sede da Federação, Marcia Catarina e Bartolina Ramalho Catanante (Grupo TEZ), Milena Nascimento (Coordenadoria Igualdade Racial), Romilda Pizani (FPEMN/MS), Rosana Anunciação (CPPIR/SDHU) e Kossi Ezou (Academia Africanas). Ernani Tomaz, presidente do Sindicato dos Árbitros, também estava presente.
Em uma nota de repúdio, as entidades pediram providências em relação ao ataque sofrido pelo árbitro Rosalino Francisco Sanca na partida entre Costa Rica e Operário, na nona primeira fase do Campeonato Sul-Mato-Grossense. Como quarto-árbitro, Sanca estava tirando uma pessoa do local onde não poderia estar, quando alguém da comissão técnica do CREC teria dito “esse neguinho gosta de confusão”.
Apontado como autor do ataque, o médico Marcus André dos Santos foi afastado de suas funções pelo clube. A Federação, por outro lado, encaminhou o caso para ser analisado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-MS). No dia 29 de fevereiro, na partida entre Náutico e Portuguesa, o zagueiro da Lusa, Vinícius Machado, foi insultado e ameaçado por um integrante da Polícia Militar que trabalhava na segurança da partida. O caso foi levado pelo clube à Justiça.
Encontro aconteceu na sede da entidade nesta segunda-feira (Foto: Divulgação)
“Além disso, instamos as autoridades competentes a conduzirem uma investigação rigorosa sobre o incidente, para que Marcus Andre Dos Santos seja responsabilizado legalmente pelas ofensas racistas proferidas. Ressaltamos que o combate ao racismo não é uma questão apenas do árbitro Rosalino Sanca, mas de toda a sociedade. A promoção da igualdade racial e erradicação do preconceito devem ser objetivos coletivos, e é nosso dever contribuir para a construção de um ambiente esportivo e social mais justo e inclusivo”, diz a nota.
Marco Tavares, que também é coordenador de competições da entidade, ressaltou a importância do encontro. “Esses dois casos registrados em jogos do Campeonato Estadual nos mostraram que essa questão precisa ser debatida constantemente. Os fatos ocorridos foram tratados de acordo com a lei, mas o encontro serviu para alinharmos ações futuras, principalmente de orientação nas categorias de base”, disse.
Nos jogos deste fim de semana, jogadores e árbitros se uniram em um minuto de silêncio, para marcar a necessidade de se combater o racismo em jogos de futebol no Mato Grosso do Sul.